PSIquiatra, PSIcólogo, PSIcoterapeuta ou PSIcanalista?

É cada vez maior o número de pessoas em sofrimento emocional e muitos não sabem ao certo a quem recorrer.

Ainda hoje prevalece a ideia que os psicólogos cuidam dos casos mais leves e que só deve ir ao psiquiatra aqueles que, praticamente, não têm mais jeito – afinal, “psiquiatra é médico de louco”, certo? Hummm…

Quais são, de fato, as diferenças entre os profissionais “psi”?

Todos os profissionais da saúde mental estão capacitados a avaliar e tratar as perturbações psíquicas. Entretanto, existem diferenças quanto à formação profissional, a compreensão sobre as causas do adoecimento psíquico e a abordagem terapêutica.

O psiquiatra é o profissional que cursou Medicina e, seguida, especializou-se em  Psiquiatria. Muito se fala que “o psiquiatra se preocupa apenas com a química cerebral” e que “resolve tudo na base do remédio”. Não é assim! Para a Psiquiatria, os transtornos mentais resultam da interação de fatores biológicos, psicológicos e sociais e o psiquiatra está capacitado a fazer uma avaliação criteriosa e abrangente do sofrimento emocional. Caso seja diagnosticado algum transtorno psiquiátrico, o psiquiatra elabora um plano de tratamento, que geralmente consiste na associação de medicamento, psicoterapia e orientações sobre mudanças de estilo de vida. A principal diferença entre o psiquiatra e os demais profissionais “psi” é a possibilidade de prescrever remédios e outros tratamentos biológicos – o que não significa que todos os pacientes serão, necessariamente, medicados.

O psicólogo é o profissional egresso da faculdade de Psicologia, a qual pode ser definida como a ciência que estuda o comportamento e o funcionamento da mente. Durante o curso, concilia o aprendizado teórico com o atendimento supervisionado e a sua área de atuação abrange não apenas os distúrbios psíquicos, mas também a orientação vocacional, a Psicologia do trabalho e a Neuropsicologia, dentre outras.

Já o psicoterapeuta é o profissional da saúde mental (psiquiatra ou psicólogo) especializado em psicoterapia, principal modalidade de tratamento para os distúrbios psíquicos. O sofrimento emocional é compreendido à luz dos conhecimentos da Psicologia e o terapeuta busca auxiliar seu paciente através de métodos e técnicas psicológicas. Geralmente as sessões são semanais e duram 50 minutos. Há diversas linhas de psicoterapia e a indicação baseia-se na natureza do problema a ser tratado e nas características do paciente.

A Psicanálise, por sua vez, é o método de investigação da mente e tratamento dos distúrbios psíquicos criado por Sigmund Freud. O ponto central de sua teoria é a noção de que a maior parte da nossa vida psíquica é inconsciente, ou seja, desconhecemos, em grande medida, os nossos desejos, sentimentos e motivações. Através da interpretação, o analista ajuda o sujeito a trazer à tona aquilo que está reprimido, a iluminar as partes mais obscuras de sua personalidade, a compreender o significado do seu sofrimento e a encontrar mecanismos mais adaptativos para lidar com seus conflitos. Para se tornar psicanalista, é preciso ter nível superior (não necessariamente Psicologia ou Medicina) e fazer o curso de formação em uma instituição psicanalítica.